A esmagadora maioria dos RBA recolhidos atualmente é de chumbo-ácido, os quais são constituídos essencialmente por chumbo (64%), eletrólito de ácido sulfúrico (28%) e plástico (8%). O chumbo é um material muito fácil de reciclar, podendo reutilizar-se um número indefinido de vezes.
O processo de reciclagem de RBA inicia-se com a sua trituração em meio húmido e posterior separação do eletrólito, do plástico das caixas (polipropileno) e dos compostos de chumbo. Em seguida:
• O eletrólito é neutralizado com soda cáustica e posteriormente
encaminhado para tratamento numa ETAR ou convertido em sulfato de
sódio, que pode ser utilizado p.e. no fabrico de detergentes ou vidro;
• O plástico é posteriormente processado por extrusão e utilizado no
fabrico de p.e. novas caixas de baterias, mobiliário urbano, tubos de rega
ou vasos para plantas;
• Os compostos de chumbo são fundidos juntamente com outros materiais
(conforme a composição da sucata e as especificações do produto final
em produção) e purificados, produzindo-se lingotes ou moldes.
O chumbo de melhor qualidade é utilizado para fabricar novas baterias,
sendo o restante utilizado para cartuchos de caça, barreiras de proteção
contra radiações, contrapeso para elevadores, lastro para navios, etc.
Relativamente aos RBA de Lítio, a tecnologia de reciclagem mais usada atualmente é a pirometalúrgica: processo de fundição a alta temperatura (perto dos 1.200 ºC) que permite obter:
• uma liga onde se concentram metais como o Cobre, o Alumínio, o Níquel e o Cobalto. Posteriormente, através de processos hidrometalúrgicos (dissolução em banhos químicos específicos) estes metais são separados e purificados;
• escórias nas quais o Lítio fica retido, não sendo possível voltar a ser utilizado em baterias mas possibilitando o seu uso, p.e., na construção de estradas.
Atualmente, não existem unidades de reciclagem de RBA de Lítio em Portugal, sendo também escassas na Europa.
Prevê-se que o aumento expectável da quantidade destes RBA nos próximos anos seja acompanhado do surgimento de mais unidades de reciclagem baseadas na tecnologia hidrometalúrgica. Devido a ocorrer a baixas temperaturas, esta tecnologia poderá, para além dos metais mencionados anteriormente, permitir também a separação de grafite e de compostos de Lítio passiveis de reprocessamento e posterior utilização no fabrico de novas baterias.